Não tenho alma pra cantar um soul
Não tenho sangue pra sambar no pé
Sou só mais um carinha sem coragem
Que faz de conta que diz o que quer
Eu tento parecer um revolucionário
de mil novecentos e sessenta e quatro
Não ouço nada novo pois não quero revolucionar
Eu sigo a vida inteira procurando espaço
E odeio quando a massa entende o que eu falo
Odeio o sucesso pois não quero revolucionar
Não improviso pra tocar um blues
E não dissono pra cantar um jazz
Sou só mais um tipinho sem coragem
pra aceitar quem quer ser o que é
Pedi pra minha mãe lavar a camiseta
que hoje eu tenho show e eu quero me acabar
Vou me vestir de preto pois não quero revolucionar
Quem se mexe no meu movimento
trai o meu movimento
e eu não quero ficar parado
achando que o meu movimento
tem que ficar estagnado