Sou fadista, porque o fado
Me traz na vida arrastado
Preso a um cruel destino
Sou fadista, porque a sorte
Me faz caminhar sem norte
Num correr ao desatino
Andam pairando nos céus
Gritos loucos, que são meus
São fados que espalho ao vento
São ecos chorando em mim
Histórias de noites sem fim
Voz rouca do meu tormento
Ser fadista é ser assim
Colher rosas dum jardim
P'las próprias mágoas regado
Retratar a própria vida
Naquela canção dorida
A que o mundo chamou fado