Um vendeiro mal intencionado
Que pensava ser muito ladino
Do filho de um caboclinho
Foi padrinho na lei do Divino
Caboclinho era peão valente
Respeitado até por assassino
Sua esposa de corpo bem feito, boca grande e tornozelo fino
O vendeiro ia ver a comadre
Com desculpas de ver o menino
A paixão que sentia no peito
Certo dia ele não suportou
Encontrando a comadre sozinha
O seu grande amor confessou:
''Para ter você uma noite até minha venda eu lhe dou''
Antes de receber a resposta
Caboclinho em casa chegou
A mulher chamou para almoçar
Sorridente o vendeiro aceitou
Almoçando ela disse: ''Compadre
Resolvi dar a minha resposta
E jamais vou me arrepender
Tenho certeza e faço uma aposta
Porém vou falar com meu marido, eu preciso saber se ele gosta
E se ele estiver de acordo, eu aceito a sua proposta''
O vendeiro derrubou o prato
Se engasgou, quase caiu de costas
Caboclinho gritou: ''Diga logo!''
Calmamente a mulher concluiu:
''O compadre quer trocar a venda, pelo velho burrinho tiziu''
O vendeiro falou: ''É verdade''
Num instante o negócio saiu
Caboclinho virou comerciante
Com o tempo o comércio expandiu
E até hoje não sabe o motivo
Que o compadre da vila sumiu.