Estou morando num recanto de sertão
Onde a civilização não sabe que existe
Moro no grande coração da natureza
Onde o céu tem mais beleza e o galo canta triste
Lá onde eu moro minha luz é um lampião
E a negra escuridão é a lua que ilumina
Um simples rancho sempre foi minha mansão
É de lenha meu fogão e a minha água vem da mina...
Minha piscina é um simples ribeirão
E a minha televisão é um lindo amanhecer
O meu tesouro é um cavalo tordilho
E o meu ouro é o brilho que o luar vem me trazer
Nas dependências do meu rancho de sapê
Minha arma é a fé que protege os dias meus
Minha riqueza sempre foi minha saúde
E a minha grande virtude é a fé que eu tenho em deus...
O meu transporte ainda é um carro de boi
Que tantas vezes foi lindo tema de canção
Onde os poetas misturaram com saudade
Esse carro de verdade em simples recordação
Mas para o homem do mundo civilizado
Sou ainda um atrasado sem cultura e sem valor
Pois neste rico paraíso de verdade
Para ter felicidade não precisa ser doutor...
Neste lugar feliz nasci
Neste lugar feliz sempre vivi
Parece até que deus também nasceu aqui...