9 meses de gestação após a concepção de um feto,
primeiro de muitos dias que esta tua vida te promete,
respiração com choro pa consolo dos papás,
olhar voraz de quem já sonha com o que um dia serás,
capaz de tudo mas pa já capaz de nada,
somente um rapaz parecido com o papá de cara,
com o génio da mãe mais alguém que o identifica,
numa parecença extrema que membro da extensa
família,
porque tu és nascido mas não és bem recém,
és a criança que brinca e já comunica bem,
1º amigo no recreio filha da amiga da mãe,
cresce contigo, jardim escola e pa primaria também,
já tens 6 anos e vês que nada é o que tu vês,
tudo tem que ter resposta na altura dos porquês,
que se arrasta vida fora vai criando a tua história,
como a surra que apanhaste na praxe da preparatória,
só gente grande garante a protecção agora,
só tens que ser aceite plos mais velhos da escola,
no primeiro ritual selecção natural na vida,
e aprendes praticando darwin em teoria,
tudo tem fascínio e agora tens um novo interesse,
a pita do 6º B que não te vê nem merece,
nesse coração partido só sobra espaço po esboço,
do rosto causador do primeiro desgosto amoroso,
mas algo se aprende e é importante que tu vejas,
que hoje partes corações enquanto brincas com
teenagers,
crescido bem parecido há sempre uma que te liga,
e mostra o sexo oposto pra la de um beijo com saliva,
e, foram-se os três uma vez de quarto é certo,
quadro se repete enquanto houver um quarto aberto,
que a juventude é isto e proibido ser diferente,
o tempo é garantido e tens de ser inconsequente,
Refrão...
E a vida segue, embala, numa voz que te acalma
Num sussurro de esperança que te cansa e que te cala
E avança, não pára, não espera, não fala
Não dá sentido a nada e tu não consegues chamá-la
E a vida segue, embala, numa voz que te acalma
Num sussurro de esperança que te cansa e que te cala
E avança, não pára, não espera, não fala
Não dá sentido a nada e tu não consegues chamá-la
Velho demais pa ser puto puto demais pa ser cota,
universitário esperto num curso onde o velho gasta a
nota,
longe de casa dos amigos entre livros e borga,
com noção que o futuro se perde ou se transforma
agora,
mas, decides hoje o que não vais viver depois,
com essa mulher que amas e com planos de vida a dois,
recém formada aliviada primeiro emprego oficial,
primeira queca em casa nova e gravidez acidental,
mas, mas é bem vinda existe amor de mãe,
bebé fofo com o teu rosto cresce hoje e é um
fedelho,
mas o milagre da vida traz tragédias consequentes,
o ciclo que reside e vês-te a enterrar parentes,
próximos ou mais distantes antes queres vinte
cinco,
com uma família nova e uma menina a caminho,
consegues ser tudo e agora bules mais horas por dia,
garantes que quem tu amas tem tudo o que precisa,
por vezes trinta com mais dez e mais problemas há
frente,
um filho quase formado e uma filha adolescente,
a meia idade avança e tu não viste metade dela,
confortável com o que tens só tens que saber lidar com
ela,
o bule cansa onde é espaço das influencias,
casamento não dá mais mas vai mantendo as aparecias,
um dia uma semana um mês um ano seguido nisto,
passam cinco, sete, nove e foram dez que tu não viste,
mas acordas frente ao espelho que não mente quando
reflecte,
o teu rosto velho que é beijado pelo teu neto,
reforma bate há porta e agora tens tempo para tudo,
para zelar pela família pa passar tempo com o puto,
pa passear, pa respirar a liberdade,
de quem vive de quem é livre de quem só faz que tem
vontade,
e amanhã mudas de vida porque a tua vida te cansou,
mas antes de nascer o dia o teu coração parou!
Refrão...
E a vida segue, embala, numa voz que te acalma
Num sussurro de esperança que te cansa e que te cala
E avança, não pára, não espera, não fala
Não dá sentido a nada e tu não consegues chamá-la
E a vida segue, embala, numa voz que te acalma
Num sussurro de esperança que te cansa e que te cala
E avança, não pára, não espera, não fala
Não dá sentido a nada e tu não consegues chamá-la