toda vez que eu viajava pela estrada de ouro fino
de longe eu avistava a figura de um menino
que corria abria a porteira depois ia me pedindo
toque o berrante seu moço que e pra eu ficar ouvindo
quando a boiada passava que a poeira ia baixando
eu jogava uma moeda ele saia pulando
obrigado boiadeiro que deus vai te acompnhando
praquele sertão afora meu berrante ia tocando
la pras bandas de ouro fino lenvando o gado selvagem
quando eu passo na poreira até vejo a sua imagem
o seu rangido tão triste mas
parece uma mensagen daquele rosto trigueiro desejando me boa viagem
a cruizinha do estradão do pensamento naõ sai
eu ja fiz um juramento que não esqueço jamais
nem que o meu gado estoure que eu precise ir atraz
nesse pedaço de châo
berrante eu não toco mais
soca pilão
num ranchinho ao pé da serra numa tarde de verão
eu vi uma camponesa socando arroz no pilão
seu corpinho de boneca e seu rostinho perfeito
despertou mil sentimentos
que morto estava em meu peito
soca pilão
soca pilão
acompanhe as batidas do meu pobre coração