Energia elétrica
Na cadeira de um pernambucano
Energia na veia, na mesa
No samba de qualquer esquina
As verdades que você ouve
Não passam de um surto mundano
O que eu quero é sentir as quebradas
De um groove mais forte
Que groove de um pernambucano
Venho lá de longe
De um lugar à direita do mapa
Onde tem vinte festas por ano
E alguém já falou
Que a cor do sangue era fraca
A fé aqui
É miçanga no bolso de um velho qualquer
Todo dia tem festa
O povo se agita
Pode ser homem
Menino ou mulher
Nos coqueiros, nas praias, nos mangues
Em qualquer favela daqui
O que há de melhor
Também há de pior
Você precisa entender o real
Em meu frevo persigo a vergonha
De um coco que samba sem direção
Quem me ouve entende o tiro que eu solto no peito
De minha indignação