Hoje eu acordei com pensamentos fora de ordem
Cruzei a rua com os braços cruzados e os olhos cansados
Entre vitrines confusas e coloridas, “borboletas num caleidoscópio”
Entre vitrines confusas e coloridas, “borboletas num caleidoscópio”
E um bêbado tropeça num tijolo invisível
Cheio de riso de dança e de dor
Gotas de luz caindo no meu rosto
Diluindo sombras, inaugurando a manhã
Motores bocejam rosnando como cães
Desafiando a nudez dos semáforos
E eu vôo pégaso, alado, em círculos
Meus sapatos de ferro pisando o asfalto em flor
Desconhecida é a tarde no parque
Estilhaçando poesia no ar
Embriagando o bronze das esculturas
E antecipando o que está por chegar
Hoje eu não quero envelhecer
Já calculei a idade do tempo
Hoje eu me recuso a envelhecer
Hoje eu tenho idade do tempo
Eu vou regar os rios e acender velas ao sol
Soprar a rosa dos ventos e me despetalar
Eu vou regar os rios e acender velas ao sol
Soprar a rosa dos ventos e me despetalar
Yê, yê, yê