Aqui existo
Solidão entre amarguras
Vagas serenas, loucuras
E alegrias desgarradas
Aqui me visto
Da cor que a noite me deu
Mais perto de ser mais eu
Quando oiço chorar guitarras
Aqui me ergo
Sem reservas, sem amarras
Venho do fundo das águas
Sem futuro, sem passado
Aqui me entrego
À magia de um segredo
Que atravessa o mundo a medo
E é sempre o grito de um fado
Sou Portuguesa
Filha do Sol que me beija
Do vento que me deseja
Da poesia que me enlaça
Sou Portuguesa
Portuguesa com certeza
Ave livre e indefesa
Flor campestre que esvoaça