Calados os verbos, os sonhos
E o corpo atirado
Como uma onda de lama
No meio do asfalto
Mais um gole que afoga
A noite num puro descaso
Um abrigo na marquise e solidão
Vivas a pátria e a arte no muro ao seu lado
Silhueta perfeita em contradição
Eu sei, quando você passa
Eu sei, sob a luz da lua
Eu sei, quando você olha
O resto do céu entre nós
Abandonado e vagando em loucuras
Mas o peito aberto
Flores na cabeça
Aqui nesse deserto
Você e eu perdidos no meio da rua