Se no teu aconchego
Contei os meus segredos
Me desarmei e me fiz tão frágil
Apontei a arma pro meu peito
Engatilhei, dei na sua mão
Se nas tuas pernas repousam tantas guerras
Se nos teus braços despejo meu cansaço
Se no teu colo guardo meu remorso
E sob nosso antigo, velho cobertor
Éramos constelações inteiras
Sim, astros zodíacos, infernos astrais
Apenas nos finais de semana
E lembranças que não se desmancham
E seu cachorro ainda gosta de mim
E sua família ainda chama meu nome
Nos almoços de domingo
E cada passo e cada falso
Que eu passei e ainda passo
O que eu deixei, o que eu deixei
Nesse corpo fraco, fraco
E o que eu passei
Memórias em branco do que um dia eu fui
Frases esquecidas
Marcas de cigarro apagado no corpo
Todas as pessoas que foram embora sem nunca me dizer adeus
Toda essa dor que carrego
Que guardo no peito, sem nunca execrar
Esse pouco de esperança que guardo
Não serve de nada
A não ser me destruir
E me destruindo de pouco a pouco
Até sobrar mais nada
A não ser os ossos e uma pouca esperança vazia
De um mundo ruim
Mira teu corpo arruinado pelo amor e pela falta de confiança
Mira teu corpo arruinado pelo amor e pela falta de confiança
Mira teu corpo arruinado pelo amor e pela falta de confiança
Mira teu corpo arruinado pelo amor e pela falta de confiança
Mira teu corpo arruinado pelo amor e pela falta de confiança