Insone, o peito parte, antevê
A luz que trás agrura
O vento cheira, chega o temor
Que seja agora que ela
Estronde onde quase se salva
O corpo desarmado estava
Em vão quão desesperada
Que calma pode aguardar
O anseio por tua chegada?
Senhora Tempestade
Consorte da agonia
Invades de angústia e água
A noite que era dia
Agora que já é tarde
Com toda majestade
Procela e ventania
Inundas de chuva e raio
Um mar de calmaria
Senhora Tempestade
Na hora que chegaste
A sorte de estar
Lá fora pra pegar
O vendaval
Enquanto há chuva: fértil prazer
Lavando a alma agora
Rios cheios, terra molhada
Levando à bancarrota
O breu que enchera tudo lá fora
E o sol que não faz falta
Indício de onde há vida elevada:
Rasgando a madrugada
Em vão trovões sem culpa de nada
Senhora Tempestade
Um mar qu’é calmaria
Inundas de chuva e raio
Procela e ventania
Com toda majestade
Agora que já é tarde
A noite que era dia
Invades de angústia e água
Consorte da agonia
Senhora Tempestade
É cedo que se vais
É hora de ficar
Agora não dá mais
Para voltar
Esparramaste Marte por toda parte,
E partes sem qualquer pudor
Para outros lares, mares, outros lugares
Levar aos ares vida e calor