Ratos e baratas mortas
Espalhados pela cidade
Mendigos comendo lixo
Com a sua insanidade
Atrás do viaduto
Cadê o irurá?
Só vejo os federais comendo tracajá
Drogados pelas ruas
Isso não é novidade
E o que me deixa puto são as nossas autoridades
Que insistem em dizer
Que tudo está normal
Mas criança que se droga é problema nacional
Moleque do “buchão”
Cansado de comer farinha
Que rouba enlatados no bairro da matinha
Recebe sua sentença pelo júri popular
Moleque morre cedo na mão dos “militar”
Os “bicho são covarde”, eles gostam de matar
Depois de sete tiros o moleque cai no chão
Moleque carvoeiro não merece o seu perdão
O moleque para sustentar seus irmãos
Sua mãe agora chora na beira do caixão
Para matar a saudade ela não ver solução
A velha vende a casa
Vende as roupas e o fogão
E compra um 38 pra acabar com a solidão
Suicídio coletivo
Informam os jornais
A mãe e seus três filhos
Agora estão em paz.