Crucificar, crucificar (justiça)
Martirizar, martirizar (justiça)
Encarcerar, encarcerar (justiça)
Exterminar, exterminar (justiça)
Crucificar, crucificar (justiça)
Martirizar, martirizar (justiça)
Encarcerar, encarcerar (justiça)
Exterminar, exterminar
O calvário é o caminho, sem rosa, com espinho
É o destino, a sina do amor vitalício
Um vício, loucura pra quem tá dormindo
Alívio pra quem brinda nosso extermínio
Lutar pelos seus é tipo um terrorismo
Contra o genocídio, se é contra é bandido
Tem que concordar em morrer excluído
Fudido, com um tiro varando no ouvido
Estatística é mato, pro estado é vil
É padrão, o perfil do pivete de fuzil
Pela cor, o gambé atirou e sumiu
Mais um número em cinquenta mil
Se é pobre finado, é caso isolado
Tanque de guerra, a ordem, a lei
Invasão, repressão carregando G3
Não tem vez!
Pacificando o outro lado!
(Matem todos!)
Liga no jornal: o inimigo caiu
Da cor da madruga um guerreiro surgiu
Assumiu a responsa, e o crime não sumiu
Pode crê que no saldo de um bico subiu
O anzol que patrocina jóia deu corda
A isca, mordeu, mas levou 3 na pistola
A filantropia da mídia é maldosa
Esconde o ciclo homicida, as covas
Apoia, espalha o ódio, implora
Sede de justiça ganha o fraco, manobra
Já era, doutrina, medievo, sequela
Na tela, enquanto o fantasma decola
Devora a favela, desvio de verba
Muda de nome, porque rico não rouba
Bandido é o menino que no latrocínio
Mata pra não comer o que cê jogou fora!
Crucificar, crucificar (justiça)
Martirizar, martirizar (justiça)
Encarcerar, encarcerar (justiça)
Exterminar, exterminar (justiça)
Crucificar, crucificar (justiça)
Martirizar, martirizar (justiça)
Encarcerar, encarcerar (justiça)
Exterminar, exterminar
O homo sapiens não ultrapassou o macaco
Quando pede a paz em regime de Drácon
Prega o amor entre os seus aliados
Mas mataria o Messias no poste amarrado
Defendia bandido, então: condenado!
Martelo batido, inferno lotado
O poder de pensar foi trocado
Pela linha de montagem do empresário
Monopólio da fé, Lamborghini Diablo
Fazenda, Mansão, jato financiado
Boleto do oprimido endividado
Que mora em um barraco alugado
Enquanto o dízimo dízima vários
Sou alvo, indiscreto, herético, odiado!
Pedra no sapato de corrupto salafrário
Que no púlpito discursa e faz o contrário
(Matem todos!)
A imagem do artista é comercial
Livre arbítrio aqui é nocivo, faz mal
Holofote é pra perfil de domingo legal
Quem não se encaixar, é exclusão social
Vejo os muros que escrevem números de
vândalos
Que sempre prometem a cada quatro anos
Fulano pixando é ladrão, mete os cano
Já pensou despertar o raciocínio dos mano?
Esquece, que aqui no tribuno da plebe
As ideia não bate pra campanha que tem cheque
A censura te impede privar os moleque
Que sobe a cifra dos seguros no 1. 5. 7
Investe em cadeia, em arma, metralha
E se tranca com a liberdade comprada
No escuro, o tiro que emitiu a luz
Levou pro fim do túnel a justiça na cruz!
Crucificar, crucificar (justiça)
Martirizar, martirizar (justiça)
Encarcerar, encarcerar (justiça)
Exterminar, exterminar (justiça)
Crucificar, crucificar (justiça)
Martirizar, martirizar (justiça)
Encarcerar, encarcerar (justiça)
Exterminar, exterminar