Viola que trago escondida
No meu peito invadem o coração
Viola que lhe canta e chora
Lembranças de outrora de um velho peão
Trago no peito uma lembrança minha
Trago nos braços uma recordação
Um par de esporas, um arreio e um laço
Que eram os traços de uma profissão
Lembranças que me invadem agora
Da cidadezinha la do sertão
Tenho saudade daquela escolinha
Onde eu estudava com mais dois irmãos
Dos lindos campos eu tenho saudade
Onde meu pai fazia plantação
E das gaivotas piando nas matas
E do sabiá cantando uma canção
Hoje me lembro daquelas festanças
Onde tinha danças e lindas meninas
Já não suporto a tanta saudade
Lembro a mocidade
Daquela igrejinha
Onde seus pais faziam penitências
Sempre clamando pela mãe divina
Que abençoe o nosso trabalho
E esteja zelando pelos nossos filhos
Viola hoje na cidade chora de saudade do sertão
Empoeirada, largada num canto
Chora o triste pranto de uma solidão
Seu companheiro hoje já cansado
Lhe falta forças em suas mãos
Mas mas nascerá um dos seus descendentes
Que irá tirá-la desta solidão
Viola que trago escondida
No meu peito invade o coração
Viola que hoje canta e chora
Lembranças de outrora de um velho peão
Seu companheiro hoje já cansado
Lhe falta forças em suas mãos
Mas nascerá um dos seus descendentes
que irá tirá-la desta solidão.