Seca, morte e desespero
Passa fome o Sertanejo
Gente morta apodrecendo
É churrasco no braseiro
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Não há outra saída quando vem a seca
Sem água, sem comida, só uma certeza
Muitos vão morrer, o desespero vai reinar
É sempre, sempre assim, isso nunca vai mudar
A fome enlouquece, sem nada pra comer
Só muita gente morta a apodrecer
Um defunto fedorento assando no espeto
O sangue, a carniça, é fartura o ano inteiro
Tem muita comida, nunca vai acabar
Há muita gente morta em todo lugar
Eu gosto de sentir o sabor podre da carniça
Não importa se o defunto era parte da família
Não posso esperar que você morra pra eu comer
Se não morrer eu mato, é assim que vai ser
Gosto de cozinhar gente morta todo dia
Assassino canibal, cozinheiro de carniça