(Felipe Arco)
Você virou retratos, instantes intactos
Pactos de palavras e palavras de impacto
Seu voo impactou, o destino compactuou
E só restou a certeza de que nada restou
Quando lembro do seu voo, sinto uma dor na alma
E quando lembro seu sorriso, num instante eu perco a calma
É um trauma que é sem trégua, uma dor que não tem régua
Uma lágrima se apega e uma imagem que me pega
De suas asas de areia que corriam na ampulheta
E eu ganhando uns segundos, como se fosse gorjeta
E como diria Cazuza, ela não para, eu paro
Reparo, me perco, é claro
Tão raro efeito e o ar rarefeito
Me vejo no leito, lembrando teu peito
Sem ar, escuto o adeus
Tentando explicar o que depende é só de Deus
(Clara Brandão)
Só sei que não vou deixar de passar
A saudade um dia vai se curar
E o momento que eu reservei
Eu sei, já relevei
Foi o acaso da vida, uma despedida
Que um dia cê vai superar
Se eu curo todas as feridas, tá na hora de cicatrizar
(Mirral)
Época de bem estar, contigo queria bem mais ficar
O que me resta agora é só retratar
Os bons tempos que não vão mais voltar
Me distrai tanto, que nem vi tão rápido passar
Na ilusão que nunca iria acabar
Minha querida, me deixou cicatrizes e feridas
O que é seu em mim, eu deixei poupado
E ela foi, no expresso em destino ao passado
Desimpedida, foi embora sem deixar despedida
Após sua partida, peço retrospectiva
Ela sumiu me abandonou
Ela partiu e nunca mais voltou
Um homem na estrada ela deixou
(Josué Pk)
Ela encantadora
Seu olhar me passa esperança
Com um nó na garganta
Convido pra mais uma dança
Sem mais delongas, ela se vai
Com um aperto no coração
Fico na indagação, porque ela passa e eu não
Além da minha compreensão
Maior que a suposição
Mais rápida que minha percepção
O que me sobra é aceitação
No mundo de vários são
Controle sobre a ilusão
Eu cheio de restrição
De mim, seria presunção
Deixo de lado meus desafetos
O conveniente e entender minha mente
Que anda carente de afeto
À procura de algo concreto
Pra esquecer a saudade
Que usa como dialeto
(Mirral)
Saudade que bate bate, saudade que já bateu
Gostava tanto dela, será que ela me esqueceu
(Clara Brandão)
Só sei que não vou deixar de passar
A saudade um dia vai se curar
E o momento que eu reservei
Eu sei, já relevei
Foi o acaso da vida, uma despedida
Que um dia cê vai superar
Se eu curo todas as feridas, tá na hora de cicatrizar
(Jão Beatz)
Ela raiou antes do sol
Seu sorriso irradiou meus dias e me fez entender a beleza da vida
Ela era forte demais e tinha em si um desejo enorme de mudança
Seu olhar era revolução e seu cheiro poesia
Seu caminhar regia uma orquestra de sonhos
Que hipnotizava olhares e prendia as atenções em grades de vontades
Seu jeito era uma máquina de produzir e destruir sonhos
E a vida parecia um brinquedo em suas mãos
Ela tinha um controle exato sobre os amores
E a tão desejada cura para os desamores
Ela era amiga intima da saudade
E dançava face a face com a morte
Sua coragem sempre foi de outro mundo
E seu desejo de mudança destacava uma mulher destemida
E implacável em seus projetos
Ela era o nirvana que Kurt sempre procurou
A tradução perfeita de sex appeal
A inspiração da última música de Cazuza
A mescla de tristeza e alegria
O sinônimo de passado com o tom de eternidade
Ela é o presente sem embrulho, o segundo que nunca vivemos
O desejo imensurável de futuro e o passado estampado em retratos
Sua aura brilhante é apenas uma lembrança distante
De uma mente que resiste em pensar em suas asas
Ela é o desejo imortal de amar e ser feliz novamente
Ela é a certeza de que valeu a pena
Ela é responsável pela ida da primavera e a chegada do inverno
Responsável pela ida de tantos amores
E a chegada de todos os outros
Sua partida foi a coisa mais impressionante que já vi
Meu olho marejou, eu sabia que seria a última vez que encararia seu olhar
No radio ecoava, ne me quite pa, ne me quite pa
E eu repetia em voz baixa, não me deixe, não me deixe, não me deixe
Até que ela sumiu de minha vista