[Castro]
É que essas horas
A rua tá macabra
Consciência diz que eu
Devia ter ficado em casa
Na quebrada é foda
Quem será que vem lá?
Madruga é osso
Se perder pra se encontrar
Ver de longe pra enxergar
Sacar ao pé da letra o valor de um bom lugar
É questão de viver, de se entender
Pras cinzas se render
Queimar tudo e se refazer
Renascer
A cada Sol na manhã
A cada esquina respeitar
Cada irmão e cada irmã
A tinta escorre
Sujeira do velho quadro
Mas não se pode nunca esquecer
Do valor de um abraço
E vejo vários correndo pelo errado
Querendo que tudo fique certo
Muita gente seguindo o diabo
E se perguntando porque a porra da própria vida tá um inferno!
Então semeia, sereia
No final cê colhe só aquilo que você plantou
Seu canto vem te buscar
Aonde o seu ego te levou
Sua alma rebuscou
Por onde entrou
Volta pureza de onde me encontrou
É o valor que não se dá
O eu te amo não dito
Antes que o tempo passado
Se torne tempo perdido
A cada laço, a cada traço
Riscado nessa trajetória
Não quero protagonizar a cena
Mas quero ser o autor da minha própria história!
É que essas horas
A rua tá macabra
Consciência diz que eu
Devia ter ficado em casa
Na quebrada é foda
Quem será que vem lá?
Madruga é osso
[Najar]
Então dê valor, dê valor
Antes que seja tarde
Se perdermos o caminho
Só nos resta nossa arte
Eternizamos irmandade pelas letras
Em blusas pretas
Completando sua metade
Incendiando a consciência
Prensa, nessa densa, lenta, amarga
Dose de realidade a todo dia
E uma maldade a cada esquina
Vendo sempre os porcos de patifaria
Nas calçadas o vestidinho cor vermelha
E no beco o lobo mal à espreita
É tanta fita que me deita em ilusão
Que o travesseiro já não aguenta mais tanta podridão
Ê mundão
Segue correndo de mais um bicho-papão
Que levou o pai irmão família com a pistola na mão
Me diz então
Se ficar moscando é mais um que toma bala dentro do camburão!
[Castro]
É que essas horas
A rua tá macabra
Consciência diz que eu
Devia ter ficado em casa
Na quebrada é foda
Quem será que vem lá?
Madruga é osso