Não me subestimem, nem me recriminem
Aos que fogem da mesmice, então se aproximem
Eu já quebrei barreiras, do conservadorismo
Nenhuma dessas merdas, chegam ao meu idealismo
A maioria não entende a força do rap
Ritmo e poesia, você percebe?
Poesia que machuca e ao mesmo tempo cura
Insulta, de inteligência é uma fartura
Procura e acha, arruma e desencaixa
E no ritmo da batida eu sigo minha marcha
“marcha soldado, cabeça de papel”
Mas meu papel não tava em branco e eu toquei fogo no quartel
E cada guerreiro, cada mc
Com muita disciplina mas sem ordens pra cumprir
Nosso poema não é pra confundir
Regredir, iludir, diminuir, é pra refletir
Resistência característica com muita presença
Em um movimento que teve nascença
Em um país onde era intensa
A discriminação de um povo sem clemência
E quem não tem clemência então será punido
O hip-hop é a resposta de um povo aguerrido
Com raízes cravadas na áfrica
Que tem galhos onde a situação é trágica
E se o sentido de revolução pode ser plantado
O rap tem uma plantação onde o fruto é usado
Por pessoas inteligentes mas que são poucas
Algumas como a gente são taxadas de loucas
Por homens que se julgam normais
Que promovem guerra enquanto rezam e pedem por paz
O rap é muito mais que um hit, muito mais que simples aparições
Acredite, o hip hop é esperança, revoluções
E resiste as piores situações
O rap é luta, pra quem canta e escuta
Por uma causa justa, consciência quanto custa?
Erga, animus, societa, criminis
Erga, animus, societa, criminis
É assim que eu rimo, rap nordestino
Sempre na atitude, esse é o nosso hino
E foi indo e vindo, vendo e ouvindo
Que eu pude entrar nesse movimento tão divino
E até hoje eu to na batalha
Troquei o boné pro lado pelo chapéu de palha
Com o nordeste minha criatividade malha
Sou da classe media mas não me formei canalha
É com arrente mermo!!!
Corrigindo os erros e persistindo nos acertos
É desse jeito!!!!
Eu vou fazendo rima conquistando meu espaço
Com meu verso a neblina da inconsciência eu desfaço
Você não gosta da minha poesia, do meu rap
Sua ignorância me da azia, me da febre
Só que a febre passa com um simples analgésico
Se consciência é a cura, então eu sou o medico
Só que eu nem me importo com o ibope do doutor
Na sam de 22 a elite também não gostou
E hoje essa mesma quase tem um enfarte
Quando vê as obras de anita malfate
Arte moderna, eis o que eu faço
Mas será eterna, como os quadros de picasso
Erga, animus, societa, criminis
Erga, animus, societa, criminis
A minha rima é bomba que ta pronto pra explodir
Eu vou pegar sua pomba, vou olhar e vou rir
Isso foi só uma metáfora pra você entender
Que esse meu rap é anáfora do que eu costumo fazer
E o que eu costumo fazer, é a revolta crescer
No coração de quem quê, gosta de ouvir e aprender
E eu aprendo e prendo tudo q eu aprendi
Esse é o alimento q me faz estar aqui
E eu ensino e rimo tudo que eu quero passar
E quem não entende está pronto pra me odiar
Mas ódio eu também tenho e eu tenho de sobra
Meu rap em construção e não me falta mão de obra
A mão de obra são minhas idéias e revoltas
Eu vou fazendo rima pra platéia a minha volta
Erga, animus, societa, criminis
Erga, animus, societa, criminis