[Verso 1]
Vida, considerada por muitos uma bênção,
mas nem sempre é assim, por isso nem todos assim pensam/
Eu falo por mim, admito que sou pessimista,
mas quando temos problemas ela nem sequer dá uma pista/
De ajuda, dizem que temos de partir à conquista,
da felicidade, mas eu perco-a sempre de vista/
Qual a razão? não sei e por isso a depressão,
ataca-me facilmente por não ter o que quero na minha mão/
Não sou ambicioso, mas a preguiça faz-me achar,
que tenho d'esperar qu'as coisas caiam do céu sem ter de lutar/
Por elas, e então vagueio na ociosidade,
à procura duma desculpa que atrase a realidade/
Não sei o porquê disto e de muitas outras questões,
por isso ponho-me a pensar na vida e a tentar tirar conclusões/
Do porquê de achar qu'a minha vida é tão vazia,
eu sei que não tenho prática, mas já conheço a teoria/
[Refrão]
É nestas ocasiões qu'eu paro e me sento,
e penso que cada momento, é precioso/
A vida passa a correr e temos que ter,
folgo par'á acompanhar ou acabamos por ficar/
Pa trás, pois esta vida não espera,
por ninguém, agora pensa lá tu também:/
Que vida é esta? É algo que tenho de perguntar,
pois essa é uma pergunta que dá que pensar/
[Verso 2]
É engraçado e ao mesmo tempo não tem piada,
A vida tem coisas boas e ao mesmo tempo é tão complicada/
Quando somos putos, vivemos sem nos preocuparmos com nada,
e quando chegamos à adolescência, levamos com uma carrada/
De dúvidas e problemas, medos e experiências,
que nos levam a fazer coisas sem pensarmos nas consequências/
Ficamos à toa com o número de decisões,
que temos de tomar nesta idade, algumas sem opções/
Em adultos somos obrigados a ter mais responsabilidade,
trabalhar pa ganhar a vida que nem sempre é de qualidade/
Na velhice somos atacados pela nostalgia,
e pela fraqueza física e psicológica qu'aumenta a cada dia/
Que passa, até qu'acabamos por morrer,
completamos o ciclo da vida às vezes deixando coisas por fazer/
Porqu'é qu'a vida é assim e não nos deixa emendar o passado?
perguntas sem resposta que me fazem sentir injustiçado/
[Refrão]
É nestas ocasiões qu'eu paro e me sento,
e penso que cada momento, é precioso/
A vida passa a correr e temos que ter,
folgo par'á acompanhar ou acabamos por ficar/
Pa trás, pois esta vida não espera,
por ninguém, agora pensa lá tu também:/
Que vida é esta? É algo que tenho de perguntar,
pois essa é uma pergunta que dá que pensar/
[Verso 3]
Dá que pensar, o tempo está a passar,
e vou acumulando obstáculos que tenho d'ultrapassar/
É mais fácil fugir do que enfrentar,
o medo agarra-se à cobardia e os dois teimam em ficar/
Dentro de mim, e impedem-me de reagir,
contra os fantasmas da minha mente que me continuam a perseguir/
Num sítio fechado, isolado de toda a gente,
sinto-me bloqueado, não me liberto facilmente/
Quando se vive na escuridão, acaba-se por criar,
uma protecção invisível que começa a limitar/
Os laços de amizade e de carinho,
quanto mais companhia tenho, mais me sinto sozinho/
Choques frontais levam-nos a cometer actos,
de pura incompreensão, incompatíveis com os factos/
Dos vários acontecimentos que não aceitamos nem suportamos,
e nos fazem descarregar em cima daqueles que amamos/
Posso não estar certo ao dizer qu'a vida é um mundo frio,
posso estar a falar de barriga cheia mas tenho o coração vazio/
Por culpa dos factores já mencionados que nos tornam imperfeitos,
sinto não ter forças pa lutar e superar esses defeitos/
O que faz com qu'a pessoa que me é mais importante,
com o passar do tempo, se torne cada vez mais distante/
Não posso viver assim, mas apesar de tudo a esperança,
tá presente, e este assunto há-de deixar de estar pendente/
[Refrão x2]
É nestas ocasiões qu'eu paro e me sento,
e penso que cada momento, é precioso/
A vida passa a correr e temos que ter,
folgo par'á acompanhar ou acabamos por ficar/
Pa trás, pois esta vida não espera,
por ninguém, agora pensa lá tu também:/
Que vida é esta? É algo que tenho de perguntar,
pois essa é uma pergunta que dá que pensar/
[Outro]
Pensem nisso.