Os ratos em meu quarto
sugerem um lugar imundo, podre.
Meus dedos, tão pequenos e delicados,
revelam minha origem, de moça nóbre.
Em minha própria escuridão,
acompanhada apenas por minha solidão,
eu sobrevivo sem nenhum arranhão!
-"Esses inferno é minha decisão!
E se eu morrer o azar é meu,
sofro nele por opção!
O amaldiçoado aqui sou eu!"
O caos e a violência explodem
em minha frágil mente,
enquanto todos matam e mentem,
pra mim, uma simples moça inocente.
Em minha própria escuridão,
acompanhada apenas por minha solidão,
eu prossigo sem nenhum arranhão!
-"Esse inferno é minha decisão!
As minhas dores, são minhas,
e isso é assunto meu, sem discussão!
Basta! No final devorarei minhas palavras...
E os olhos das trévas vigiam-me,
sem em deixar caminhar só,
enquanto, cada vez mais, uma refém torno-me
junto ao pó!...
Em minha própria escuridão,
acariciada apenas por minha solidão,
eu, eu entristeço-me, sem qualquer arranhão!...
-"Esse inferno é minha decisão!
Aqui caminho, aqui sofro!
E, se eu tronar-me teu guardião,
tomarei para mim o teu espírito!"