Para um cafuné mais que perfeito
Convém primeiro compor um acalanto
Um canto assim de serenar sereia
E rios e mares
E a feito ao ouvido
E ao espanto
Um murmúrio de água entre as areias
Vem depois a dança macia dos dedos
Saber como estalar as unhas
E trançar cabelos
Destrançando mágoas
Rancores e medos
Fazer dos dedos testemunha
De dores e amores em luna e brando
Chamar o sono como quem se vem
Da vida despedindo mansamente
Com as mãos de água, mãos de sumaúma
Com mãos lentas rendadas mãos de mãe
Chamar os sonhos bons à chama quente
E apagar a luz como descer de bruma
E apagar a luz como descer de bruma