Isso tudo é como um rap
Toda a dor do mundo num sopro
Lanço gestos
e gestos dão frutos.
recolho com a outra mão os futuros.
Mudo de roupa como quem muda de década.
E sonho.
Sonho.
Sonho.
Afino minha guitarra outra vez.
E toco.
Toco.
Toco.
Acho extravagante a blusa de meu pai
Acho um exagero o laço na minha mãe.
Meio parado na frente do espelho
Passo a maquiagem.
com o pó que minha sensação injeta.
com a firmeza dos tantos heróis na reprise.
E reprisa.
Reprisa
Reprisa.
São meus netos repetindo na tevê.
É minha cara cheia de vergonha e orgulho.
São coisas quebradas.
Partidas. Dialogadas.
Respostas sem erro.
Piadas absolutamente engraçadas.
Aqui ninguém morre fome.
O presidente é amigo do meu pai.
(pk)