Ela é o que preciso tragar
É do que quero me embriagar
É onde posso me afogar
E afogar meus medos
Ela é o que há para apagar
Tudo o que insiste em me engasgar
Tudo o que vem pra me amargar
E afastar meus dedos
Muda minha maneira de julgar
Quando o orgulho me vem cegar
E se eu não posso enxergar
me guia no caminho
Ela é que está sempre a regar
De sonhos bons me vem irrigar
É a rosa que vem me enxugar
De um temporal de espinhos
Ela é quem eu nunca irei negar
É por quem fico a vagar
Errante, sem onde chegar
Qual barco a deriva
Nela é onde vou me entregar
O conforto que vai me afagar
E eu morto deixo-me sugar na paz de sua lascívia
Ítaca, minha Ítaca