Era um piazote, que como eu
amava o Gildo e o Teixeirinha
Cruzava os campos sempre a cantar
"Querência Amada" e a "Prenda Minha"
Não era dono mas mesmo assim
amava aquela estância, sim
Cantava versos antigos e atuais
e tinha um sonho de ser capataz
Porém um dia foi pra cidade
seguindo o rastro de uma ilusão
da sua cordeona se separou
pra se justar numa confusão
Ao trote, do coração,
piazote, virou peão
A vida é só desilusão
E agora meu irmão?
Não dá pra sonhar só tem que lutar
que a vida cobra e a morte arronda
E onde encontrar razões pra cantar
se o pão vai faltar, razão pra matar
Era um piazote, que como eu
amava o Gildo e o Teixeirinha
Trocou a gaita por uma arma
adeus "Querência", adeus "Prenda Minha"
Bota e bombacha não usa mais
Não toca sua cordeona e só,
um instrumento que sempre faz
Um solo à morte só com a nota dó
Vive de changa, não vê amigos
só gente triste esperando a paz
Pra sua querência, não voltará
melhor morrer que voltar pra trás
Ao trote, se foi o peão
e a morte, quer seu quinhão
No peito uma gaita não há
mas uma saudade sim
Volta pra cá, pra cá
Volta pra cá, pra cá