Olhe pra baixo
E veja o meu mundo
Você não está nele
Saia do altar
Suje os seus sapatos na lama
Claro que vou limpá-los, afinal
É pra isso que sirvo
Você me joga trocados
Olhares de lado
Seu desprezo me desconcerta
Olhe pra baixo, os moribundos bem a sua frente
Sangue no olhar, surgem como ratos da lama
Você permanece intocável, à espreita, esquivo
Lance seus dados, sorte ou acaso
Num desprezo que desconcerta
Sua consciência tão oculta
Muda, surda, insensível e bruta
Sua coerência tão absurda
De mentiras e versões absolutas