Era mais como uma corda atada a seu verde olhar
Tudo unido por um laço que não se deslaçava mais
Desanimado e desencorajado pelos que sabiam amar
A face da tristeza bateu ao meu navio à beira do cais
No entanto eu não sabia como deveria reagir ao seu encanto
Uma beleza que iludia e seduzia qualquer que fosse o santo
Mas eu nem sabia o que o destino reservava para mim
No entanto, eu pensava, imaginava, que não poderias ser assim
Hoje olho ao meu redor e vejo que tudo está ligado a ti
Se me deprimi, chorei ou sorri, isso tudo foi o que recebi
Toda a angústia que me consolava, tudo isso devo a ti
Mas também devo a ti, a felicidade que um dia recebi
Não sei se o que sinto agora é raiva ou decepção
Saberias me dizer quanto doeu a flechada no coração?
Mas que pergunta mais tola, com certeza, sei que não
E eu que pensava que seguraria o mundo todo com a mão
Não consegui segurar as mágoas que convidei para entrar
E as lágrimas mais belas e vazias que um dia vim a consolar
O coitado do meu pranto que eu recebi de braços abertos
E os passos sem sentidos, sem saber o caminho ao certo
Seria fácil erguer a cabeça e mandar o mundo se foder
Mais fácil ainda seria fechar os olhos, refletir e te esquecer
Nada doloroso seria perceber que o destino quis o pior pra mim
Mas que pacóvio eu seria ao perceber que nada pra mim é assim
Que indignação sua ao ouvir minhas palavras refletindo o amor
Foi simples demais resolver isso, não lhe causou nenhuma dor
Você me evitou, e agiu como se não tivesse ouvido-me falar
Mas nada dura pra sempre, só que tudo um dia pode voltar
E essa raiva descontrolada um dia pode vir a ir, a passar
Com essa fértil frustração, meus sentimentos virão te chamar
E onde estarás tu? Aonde poderia estar? Para onde irá?
Não sei se no final, algum dia qualquer, tu se decepcionarás