Faz de conta que um raio de luz
Desintegrou toda a prisão
Ou que alguma ave rara da paz
Fez poleiro no coração
Dos homens duros
E a guerra já não preocupa mais o planeta
Faz de conta que a doença e a fome
A injustiça e a violencia
Juntamente com a miséria e o medo
Foram banidas sem clemência
E o mandamento é um:
Cada ser vivente comanda seu próprio destino
Sonhar com isso agora
Já não é privilégio dos malucos
Faça de conta que tudo vai muito bem
Faz de conta que a liberdade
Não é preciso conquistar, não
E a fúria dos elementos
Nos é possível controlar, já
E a guerra nuclear
Não passa de um filme feito para a televisão
Faz de conta que as profecias
São piadas de mal gosto
E os aparentes sinais dos tempos
O press-release do oposto
E o meu próprio rosto
Ainda estará no espelho na manhã do dia seguinte