Vejo amanhecer, vejo anoitecer
E não me sais do pensamento, ó mulher!
Vou para o trabalho, passo em tua porta
Me metes o malho, mas que bem me importa
Amanhece e anoitece
Sem parar o meu tormento
Por saber que quem me esquece
Não me sai do pensamento
Já não durmo, já não sonho
De pensar: Fugiu-me a paz
No passado tão risonho
Que não volta nunca mais
Vejo amanhecer, vejo anoitecer
E não me sais do pensamento, ó mulher!
Vou para o trabalho, passo em tua porta
Me metes o malho, mas que bem me importa
De esperar a minha amada
A minh’alma não se cansa
Pois até quem não tem nada
Tem ainda esperança
Esperança nos ilude
Ajudando a suportar
Do destino o golpe rude
Que eu não canso de esperar