Ah! Meu amor, não vás embora
Vê a vida como chora
Vê que triste esta canção
Não, eu te peço, não te ausentes
Pois a dor que agora sentes
Só se esquece no perdão
Ah! Minha amada, me perdoa
Pois, embora ainda te doa
A tristeza que causei
Eu te suplico, não destruas
Tantas coisas que são tuas
Por um mal que já paguei
Ah! Minha amada, se soubesses
Da tristeza que há nas preces
Que a chorar te faço eu
Se tu soubesses num momento
Todo o arrependimento
Como tudo entristeceu
Se tu soubesses como é triste
Eu saber que tu partistes
Sem sequer dizer adeus
Ah! Meu amor, tu voltarias
E de novo cairias
A chorar nos braços meus
Ah! Meu amor, tu voltarias
E de novo cairias
A chorar nos braços meus
De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama
De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente
Fez-se do amigo próximo, distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente
Ah! Meu amor, tu voltarias
E de novo cairias
A chorar nos braços meus
Ah! Meu amor, tu voltarias
E de novo cairias
A chorar nos braços teus