Conheci um milionário, morador de uma mansão.
Muro alto rodeava quase todo quarteirão.
Um casal de capa preta sangue apurado alemão,
Vigiava a grande casa desde o fundo até o portão.
Quando a cachorra criava, oh meu Deus que judiação
O povo se admirava com a atitude do patrão;
Ele ia na ninhada fazer a separação,
As fêmeas ele matava, só os machinhos que não.
E um dia ela criou lá num canto do porão,
Ele foi já logo cedo fazer a separação;
Encontrou quatro machinhos da ninhada lá no chão,
Por não ver nenhuma fêmea, sorriu de satisfação.
Quando foi no outro dia ele ouviu choramingar,
Ele foi pra chegar perto mas não pode aproximar;
A cachorra embraveceu fez seu dono respeitar,
O que Deus pôs nesse mundo, só ele pode tirar.
O exemplo da cachorra foi pra ele uma lição,
Ela fez papel de gente, e ele papel de cão.