Cidade de Cosmorama
No interior do estado
Esse fato aconteceu
Alguém deve estar lembrado
O senhor José Alexandre
Um carreiro respeitado
Foi levar uma porcada
Para outro povoado
Com ordem do seu patrão
Ele entrou na escuridão
Com o carro carregado
Seu José seguiu viagem
Junto com o seu companheiro
Apesar de ser criança
Irani era o candeeiro
Naquele sertão deserto
Sem ter vizinho por perto
Começou o pesadelo
Lá no meio da baixada
O esturro da pintada
Arrepiava o corpo inteiro
Quando chegou na subida
Do carro um porco caía
Mas pôr o porco no carro
Seu José não conseguia
Já estava bem cansado
E num barranco sentado
Estas palavras dizia
Já que Deus não me ajuda
Quero que o diabo me acuda
E o diabo lhe atendia
De repente foi surgindo
No meio da mataria
Um cavaleiro estranho
Que a ferrage até tinia
O homem foi num estalo
Jogando porco no carro
E pro carreiro sorria
Seu José não desconfiava
O homem que ali estava
Ele ainda agradecia
O menino era inocente
Mas na hora percebia
Que a coisa era estranha
Mas o seu José não via
Tinha chifre o tár homem
Com um bode parecia
Saía fogo da boca
Na hora que ele sorria
E ali ficou aprovado
Realmente era o diabo
Credo em cruz Ave-Maria