Sereno mar
Eu falei que não fosse
Não me ouviu, não quis ficar
Pescador não vá, pescador não vá, pescador
Quem era eu, quem sou eu pra impedir?
Quem era eu pescador?
Quem sou eu?
Já nem sei, pois pesquei a própria dor
Pescador, não vá
Pescador, não vá
Pescador
Ela tava tão bonita
Com um vestido bordado de luz
Meu filho, tome cuidado, a sereia do mar lhe seduz
As pedras de sal refletiam
O sol desejava e ardia
Vem, vem buscar sua sina na pescaria
As pedras de sal refletiam
O sol desejava e ardia
Vem, vem buscar sua sina na pescaria
Vendaval
Temporal
Vai virar
Tenha fé... Tenha fé... Tenha fé na armação
Voa então num mar azul
Submerso, vem a paz
Ninguém viu quêde Zé
Quêde Zé?
Quêde Ze?
Deu três dias, deu três noites
Ninguém conseguiu encontrar
Decerto virou prisioneiro na casa de Dona Iemanjá
A mãe não se consolava
O pai não se conformava
E saiu para o mar, sem o filho não voltava
A mãe não se consolava
O pai não se conformava
E saiu para o mar, sem o filho não voltava
Da primeira vez que eu vi aquele mar
Não imaginei que um dia fosse pescar meu filho
Que a maré trouxe pro meu trançado, pra minha rede
A rede que já fisgou tanto peixe, seu corpo foi abraçar
Na vasão do mar, a sereia te deixou voltar
E num mar sereno encontrei o meu filho dormindo na rede de pescar