Um dia desses passado
Por aí correu boato
Dois violeiros malcriado
Me fizeram um desacato
Meu colega de confiança
Veio me explicar o fato
Ouvi de cabeça baixa
Toda ofensa e maltrato
Tudo que vem lá de baixo
Cá de cima é que eu rebato
Virei um leão ferido
Vou deixar de ser pacato
Minha resposta é pesada
E vai no momento exato
Eu não quero nem saber
Quem pisou no pé do pato
Sou mineiro e não sou queijo
Pra andar na boca de rato
Quem não tem medo de onça
Não pode fugir do gato
Meu nome é Pedra Noventa
Respondo pelos meus atos
Não estou lá nas alturas
Nem por baixo do sapato
Por cima de mim só Deus
Depois avião a jato
Minha fama vendo caro
Não posso vender barato
Eu não vou dar asa a cobra
Nem moleza pra gaiato
Violeiro malcriado
É deste jeito que eu trato
Igualzinho um burro xucro
Eu mesmo amarro e desato
Pôr o bicho no palanque
É meu primeiro contato
Eu corto ele na espora
E no vão da orelha eu bato
Eu quebro queixo de burro
Só machuco, mas não mato
Conheço esses dois sujeitos
Apenas pelo retrato
São dois caras desnotado
Não são preto e nem mulato
Cor de burro quando foge
E se enfia pelo mato
No meio do carrapicho
Banquete de carrapato
Quem sempre comeu no coxo
Não pode comer no prato