quem recolherá o canto que os teus
desejos lançaram tempo atrás?
ventos atordoados sopraram intensos
e o verbo foi
pedra bruta o céu do outono quis
lapidar o espelho, estreito algoz
sol nas geleiras, quem reteria o frio:
suor de Deus?
pus-me em teu caminho e esse olhar
vagou tanto e enfim relutaria
descansou, findou o ciclo da lua
mar procura o mar deixando a areia
quem reverterá o ir-re-verso
e fará cantar o assum que viu
cego o irmão cantor, amargo fruto?
fendas desiguais são só o que o solo seco dá!