Divinha o que primeiro
Vem o amor vem dindim
Dindinha, dê dinheiro
Carinho e calor pra mim
Minha casa não tem porta
Minha horta não tem fruta
Quem me trata é moura torta
Língua morta quem te escuta
Meu tesouro é uma viola
Que a felicidade oculta
Se a vida não dá receita
Eu não vou pagar a consulta
Sob o céu azul me deito
Me deleito, me desnudo
Coração dentro do peito
Não foi feito pra ter tudo
A mentira é uma princesa
Cuja a beleza não gasta
E a verdade vive presa
No espelho da madrasta
Eu nasci remediado
Criado solto no mundo
Se viver fosse reisado
Se eu me chamasse Raimundo
Andorinha no inverno
Beijo terno alma boa
Escrevi no meu caderno
Não passei a vida à-toa