Põe água na tina, menina
Que tem roupa pra lavar
Bate, bate com sabão
Esfrega, esfrega na mão
Depois bota pra quarar
Aquecendo lindas manhãs
Com o imenso fulgor o sol
Faz dourar as margens das corredeiras
E o canto das lavadeiras
Ecoa no arrebol
Põe água na tina, menina...
Meio-dia, sol a pino se recolhe
A roupa do quarador
Que Maria enxágua na bacia
Numa água azul de anil
No pescoço, um colar de pregadores
Que um a um faz prender a roupa no varal
Sem ver a vida passar sempre a cantarolar
Um canto de amor tão sutil
Que se expande na multidão
Penetra no coração
Encorajando o peito juvenil
O vento que ajuda a roupa a secar
Também leva o teu cantarolar
Pra todo canto do meu Brasil
Põe água na tina, menina
Isabelly Barbosa Pereira,