Foi numa sexta-feira
Dia treze de agosto
Que eu vi depois do Sol posto
No caminho da jaqueira
Um galo preto
E um litro cheio de pinga
Conheci que era mandinga
Quando eu vi a montoeira
Não, não faz medo não
O que eu vi na encruzilhada
Não faz medo não
Um sino-salomão
Uma borboleta preta
Um bode fazendo careta
Com o olhos aboticados
Um sapo seco
Com a boca toda cozida
Uma varinha comprida
Com um rosário pendurado
Não, não faz medo não
O que eu vi na encruzilhada
Não faz medo não
Uma vela acesa
Numa bandeja enfeitada
Uma galinha preparada
Com azeite de dendê
Um gato preto
Com os olhos cor de fogo
Frango cego de gogo
Piado pra não morrer
Não, não faz medo não
O que eu vi na encruzilhada
Não faz medo não
Tinha um saquinho de terra
De terra de cemitério
Também do Império
Um dobrão velho furado
Um pé de meia
Um candeeiro e um pote
Também tinha um pacote
De pano velho rasgado
Não, não faz medo não
O que eu vi na encruzilhada
Não faz medo não