Venho do rancho de onde a paz não se cansa
Venho da margem do rio de águas tão mansas
Venho da estrada que passa lá no mata-burro
Venho do pasto do gado e do leite puro
Venho da mata fechada, do piquete da invernada
Venho da mina que mina minha inspiração
Venho do romper da aurora, do ponteiro da viola
Desse recanto, encanto, do meu coração
Arauê, sou caipira nato
Arauê, sou bicho do mato
Venho do pó da poeira da velha porteira que o tempo fechou
Venho da chuva serena que o chão encharcou
Venho lá do pé da serra, pedaço de terra de sonho sem fim
Vida matuta que nunca vai sair de mim
Arauê, sou caipira nato
Arauê, sou bicho do mato
Venho da sombra do angico que cobre o paiol
Venho da água da vida que toco no anzol
Venho do fogão de lenha que torra farinha
Venho da toca que mora o tatu-galinha
Venho da folha da paineira lá no véu da cachoeira
Venho do Sol que se esconde no fim do rincão
Venho da estrela cadente, do luar incandescente
Desse recanto, encanto do meu meu coração
Arauê, sou caipira nato
Arauê, sou bicho do mato
Venho do pó da poeira da velha porteira que o tempo fechou
Venho da chuva serena que o chão encharcou
Venho lá do pé da serra, pedaço de terra de sonho sem fim
Vida matuta que nunca vai sair de mim
Arauê, sou caipira nato
Arauê, sou bicho do mato
Arauê, sou caipira nato
Arauê, sou bicho do mato