Chamei o mundo pra poder contar alguns segredos
falar dos erros
que escrevi na pedra dos meus versos
falar dos medos no ouvido de todo universo
botei amor onde a palavra certa era dinheiro
andei por linhas que escrevi
sem ao menos ter tinta
ainda sinto que consigo até chegar nos 30
se o rap é sujo então lixeira
é minha matéria prima
minha caneta é igual uma fita mas não rebobina
minha cabeça é a literatura
da minha própria trama
uma escrita é uma obra deitada na cama
nessa obra de arte atípica contemporânea
diamante se encontra no barro
e não onde tem grama
vou lapidando
o que se faz ficar mais consciente
nesse mistério de viver pra controlar a mente
se for contra qualquer princípio
então se fode mente
na diferença onde a verdade é sempre diferente
na formação do arco-íris
vi os olhos de osíris pai de horus
sabendo que o que faço a cada passo eu melhoro
moura brasil melhora os olhos
e a poesia invade o meu subconsciente
em psi-prólogos
compactuo com as formas de energia
que saciam minha sede com doses de nostalgia
como albuns de fotografia
tudo foi predestinado
e cada lembrança inspira minha poesia
unir potência é ter sabedoria onipotente
com entendimento no presente e sua utopia
desvendo tudo o que o passado me deu de presente
enquanto vejo na minha frente o futuro sorria
viver de sonho é o privilégio da própria loucura
se meu amor ta preso nisso nem chama a viatura
se meu amor virou um arranjo a poesia é a cura
meu flow é no estilo da onda depende da lua
(Refrão)
sem desistir de lutar é fácil de repaginar
mudar o brilho no olhar é só respirar
o ar... o ar... o ar
é só parar pra pensar sentir
no que se quer chegar
sentir no que deve mudar pra recomeçar
tem fases que nem o Super Mario à alcançaria
tudo o que eu quero é umas moeda
e resgata a princesa
pra ver se salvo ela dos monstros
que te abominam
e ver se fujo dos fantasmas das minhas incertezas
garota eu vou pra califórnia pra fumar maconha
pra ver se vejo o pôr do sol um pouco mais colorido
cansei de ver o dia nascer com um tom acinzentado
problemas de quem é construtivo
usando a própria insônia
homo adictus em construção de beat e rima
levanta a mão levanta pra queimar serotonina
olha pro lado e da um sorriso pra aquela menina
e ai tu sente que a vida é uma obra prima
sob o tecido delicado de ser responsável
o meu suor serve de tempestade pra formiga
enquanto o homem me abraça como adversário
a natureza me doutrina como uma amiga
tenho certeza mais que nunca no antes que tarde
eu sou dos que fazem os últimos serem os primeiros
tudo aquilo que se faz e se for de verdade
pensar em dinheiro pense
mas não pense o tempo inteiro
ontem eu vi que o hoje
é tudo o que eu tenho comigo
se o amanhã é contraditório o prazer é meu
fugir do cálice que sempre mantive comigo
me ver falar sozinho é me ver falando com Deus
(Refrão)
sem desistir de lutar é fácil de repaginar
mudar o brilho no olhar é só respirar
o ar... o ar... o ar
é só parar pra pensar sentir
no que se quer chegar
sentir no que deve mudar pra recomeçar