Um setembro estendido, uma várzea alagada
Uma saudade gateada, um sinuelo pra tropa
O vento se topa no meio da chuva
E os olhos de turvam na tarde lobuna
Um setembro chuvoso, um cusco teimoso
Espantando tropilha na várzea comprida
E a porteira da frente, onde o baio se vem
Prenunciando tormenta pra judiar o azevém
Que setembro botado, a tropilha se espanta
E a voz que só canta assim num chamado
Reunindo o gado na volta das casa
Num tranco de água que desce do céu
Campeiros regressam de lombo lavado
De poncho encharcado, de faces surradas
De almas cansadas, sem causos prum mate
Na volta do catre cantando milonga
Num tranco de água que desce do céu
Na volta do catre cantando milongas
Só pra cantar umas milongas
Um setembro gaúcho, o aguaceiro descendo
E o campo querendo uma trégua da água
Na várzea alagada o gado se atraca
Num compasso de pata campeando o capão
Um setembro crescente, um rodeio pra cria
Novilhada vazia é tempo de entourar
É do campo o sustento e do gado também
Pra alma dos home e pros dias que vêm