A língua de Darcy
Anda solta e destemperada
São palavras novas
Que fogem, ganhando calçada
Perdeu-se o melhor do conto
O ponto final da estória
Em casa de marca-barbante
É tempo perdido, é luta sem glória
E o livro é sem sentido
O silêncio manda concentração
O estudo manda tempo
O respeito custa
O amor demora
Porque tolo não tolera tolo
Coco não madura coco
E iguais não se reconhecem
Mas daí a perder a medida certa
De ciência, elegância e do bonito
Perde-se a razão, com certeza
Do recado justo e bem dito
Guerreiros dos embates milenares
Fidalgos sabem de coisas intoleráveis
Que habitam velhas profundezas
Ao desafiado cabe a escolha das armas
Mouros e judeus se banham no mar morno do Nordeste
No coração sem religião
Cabem todas as fés, todos os amores
Faca sem ponta, dedo sem unha, prato sem mesa
É colar sem conta, mulher sem seda
Maré sem onda, porco sem banha, vaca sem teta
É colar sem conta, mulher sem seda