Enquanto cor da pele for mais importante do que o brilho do olhar
Meu povo lutará em nome do respeitar
O diferente se é que me entende cientificamente
Humano é um na raiz
Pobre e louco pensa bem pouco aquele cara que diz
Que vê no próprio nariz
Modelo perfeito o certo e o direito
Pra fazer de si
A matriz
Não seja um infeliz etnocêntrico e só
Que vive na casa de espelho e alisa
O cabelo pra se sentir melhor
Me diga o que é melhor e o que a mídia quer
Levar tua mente até o lixo te fazer de mané
Consumista de fé
Não é mais o que é
A tua essência tem carência um pouco de axé
Respeito ao candomblé protestante cristão
Independente da sua crença serei seu irmão
Ao ver respiração
Se tem um coração
Que pulsa forte quando o enfoque tá na prestação
De solidariedade, piedade ou compaixão
Nos faz humanos iguais a todos dotados de frustração
De frustração
De frustração!
A luz dos seus olhos negros
Nos faz parar pra pensar
Que enquanto a cor da sua pele
For mais do quedo olhar
A gente vai lutar
A gente vai lutar
A gente vai lutar
A gente vai lutar
Meu sangue rubro espalha pelo meu corpo negro
De melanina acentuada
Marcado por inúmeras chicotadas
Que de tronco em tronco
De senzala em senzala
Eu fui por muito tempo o grito de uma negritude
Que até hoje não se curva e nem se cala
Eu sou discípulo de zumbi
E afilhado de dandara
Guerreiro dos palmares com a alma pura e alforriada!