[Letra de "Harakiri"]
[Refrão]
Se for pelo ego, entro em harakiri
Se alimenta o apego, entro em harakiri
Entro em harakiri, entro em harakiri
Entro em harakiri, Entro em harakiri
[Verso 1]
Versos em queda livre esbarram nesse papel
O sangue espalhado imprime o semblante desse quartel
O cheiro à morte da poesia que gerou alarde
Em meio à sorte lutava para chegar à marte
Tudo é poluído, tudo evoluído
Tanto que o progresso e o passado já estão colidindo
O coração, engripado, está frio como antártica
Os pés submersos no oceano como atlântida
Gritos de assombro claramente são sintomas da
Penitencia dos que vivem sem certezas nómadas
O mundo é rigoroso no suplício
Não respeita nem os suspiros… e te pede um sacrifício
Por isso é que eles dizem que escrevo com o coração
E insistem chamar de rap o que eu chamo de oração
O azul é a cor do sangue que eu tenho entornado
Sobre instrumentais que transformam verso em tornados
A matéria levita enquanto o tempo paralisa
E os obstáculos, meras moscas no para-brisa
Veloz como Senas é o daimon que me conduz
Tenho de olhar ao retrovisor para ver a luz
O objetivo é rasgar o tempo
De formas a fazer com que as pirâmides
Tenham-me como exemplo
Por isso não dá para rastrear o que almejo
Na luta pelo trono do rap nem pestanejo
Não sou o cara sick, nem quem para a city
Antes de alimentar o ego entro em harakiri
Sou uma etiópia a alforria é minha cédula
Se o corpo é uma prisão, reprogramo as minhas células
Mas atenção, não há vanglória no registro
Sou tou a dizer que sou filho de Hermes Trimegistro
Na utopia de que a ciência da rima nutre
Ser mc é ser em essência um Krisnamurti
[Refrão]
Se for pelo ego, entro em harakiri
Se alimenta o apego, entro em harakiri
Entro em harakiri, entro em harakiri
Entro em harakiri, Entro em harakiri
Se for pelo ego, entro em harakiri
Se alimenta o apego, entro em harakiri
Entro em harakiri, entro em harakiri
Entro em harakiri, Entro em harakiri