Como pode um rio que anda
Dentro da gente, parar?
...Mistérios que a gente explica
Quando sabe imaginar!
Nasci à beira de um rio...
Fui guria em suas margens,
Levando Barcos de sonhos
Por fantasiosas viagens!
Fui pescador, fui balanseiro,
Marinheiro e capitão...
Fui tudo e fui mais um pouco
No meu reino de invenções!
Contrabandeei de mentira
Em noites que imaginei...
Bolacha, azeite e farinha,
Cruzadas fora-de-lei!
O rio rela ficou longe
E eu longe desde que vim,
Mas meu rio de infância e sonhos
Não Morreu dentro de mim!
Como pode um rio que anda
Dentro da gente, parar?
...Pra quem teve um rio na infância
Nem carece de explicar!