Meu zaino quebrando milho
Bem na frente do galpão,
Enquanto ao redor do fogo
Dou de rédea ao coração!
Fogo grande, noite alta,
A água lavou o mate
E o coração sente a falta
De alguém pra aquecer o catre!
O fogo já se fez brasa
No galpão que fiz de casa
E aquece um sonho de peão,
O coração extravasa
Tornando um verso canção!
Meu cusco me faz vigília
Com olhar de compaixão,
Parece sofrer comigo
Dos males do coração!
Meu zaino tem seus limites
Na cerca do seu potreiro,
No entanto não há limites
Pra um coração caborteiro!
O fogo já se fez brasa
No galpão que fiz de casa
E aquece um sonho de peão,
O coração extravasa
Tornando um verso canção!