Abrigo para um violeiro andante
Remadô que lá desponta
Antes que encoste a canoa
Grite alto a vossa graça
Que esta beira né-à-toa
Ribeirin’ que aí pergunta
Minha graça é violeiro
Tô chegando nesta beira
Pra fugir do tempo feio
Remadô que lá desponta
Vens de onde vás pra onde
S’és do bem seja bem vindo
S’és do mal não me responde
Ribeirin’ que aí pergunta
Venho La do rio vermelho
Vô levando esta canoa
Para os rios do mundo inteiro
Remadô que lá desponta
Sendo vós um violeiro
Só te dô o meu abrigo
Se me deres o teu pontejo
Ribeirin’ que ai pergunta
Só não toco por dinheiro
Mas em troca de um amigo
Já toquei por cem janeiro
Remadô que La desponta
Não te espanta com o meu Zêio
S’eu te faço estas perguntas
É por medo do estrangeiro
Ribeirin’ que aí pergunta
Eu compreendo o teu receio
Vou levando esta canoa
Para os rios do mundo inteiro