A vida de dois sujeitos mudaria num encontro
Em que eles seriam tocados pelo mesmo sentimento
Passavam das sete horas da manhã de um dia frio
O pobre sofria aos prantos com o estômago vazio
Pedia por algum troco ou por qualquer alimento
Já não sabia de fato o que movia ele por dentro
E vinham lágrimas eram tristes tristes lágrimas
O outro não se atrevia a tentar algum contato
Da rota que era rotina o rumo era o escritório
A hora era preciosa
E a dura tarefa lhe esgotava
A prata era vasta
E ao coitado ele sempre ignorava
Mas naquele dia de súbito
O pacto fez-se obrigatório
E em um pensamento iluminado
Tiveram o mesmo ímpeto
De se aproximar
Pra intuição então se confirmar
Como se o tempo parasse estendeu suas mãos
Foi quando viu Deus em sua face
Era ele, sim, numa aparição
Que bênção, que oportunidade
Sua humanidade era realidade ali ao chão
Pai do céu
Ele se disfarçou
Desceu de sofredor
Pra testar minha compaixão!
Pai do céu
Forte como um trovão
Me entregou um pão
Me visitou e veio aliviar minha dor!