[Refrão: Ana Bacalhau e Cláudia Pascoal, Ana Bacalhau, Cláudia Pascoal]
Ah, e quê?
Ah, então?
Ah, o quê?
Que algo se perde na nossa tradução?
Ah, e quê?
Ah, então?
Ah, o quê?
Ó Bacalhau, eu vou-te explicar
Hum, conta!
[Verso 1: Ana Bacalhau, Cláudia Pascoal, Ana Bacalhau e Cláudia Pascoal]
Dizes que não tens qualquer sotaque
Isto não é um ataque, mas tens falta de noção
E depois dizes
"P'a não ser de supresa
Eu tufono-te às dezóito p'a marcar a runião”
Olha quem fala, tu dizes "à minha beira"
Com pronúncia da Ribeira quando estás "ao pé de mim"
Dizes pega em vez de toma
Dizes bufa em vez de sopra, olhá Iana, gola ialta e coisa assim
[Pré-Refrão: Ana Bacalhau e Cláudia Pascoal]
Imperial é fino, ténis é sapatilha
Bica é cimbalino, "chicla" é pastilha
Aloquete é cadeado, e capuz, carapuço
Estrugido é refugado, chapéu de chuva é chuço
Se trolha é pedreiro, bueiro é sarjeta
Sertã é frigideira e cabide é cruzeta
[Refrão: Ana Bacalhau e Cláudia Pascoal, Ana Bacalhau, Cláudia Pascoal]
Ah, e quê?
Ah, então?
Ah, o quê?
Que algo se perde na nossa tradução?
Ah, e quê?
Ah, então?
Ah, o quê?
E mais te digo!
Oh pá!
[Verso 2: Ana Bacalhau, Cláudia Pascoal, Ana Bacalhau e Cláudia Pascoal]
Já tu dizes "são quaise treuze"
E já ouvi várias vezes"tira o téni do sófá"
O lisboeta come letras
Tira o U p'ra dizer pôco, diz "óviste, é muita lôco"
Assim não dá!
Tretas, p'ra ti mãe tem cinco letras
Dizer "cumo" é o cúmulo e tu sabes que assim é
Tu dizes testo e eu tampa
Eu digo coxo e tu manco e quando dizes tótil, eu bué
[Pré-Refrão: Ana Bacalhau e Cláudia Pascoal]
Imperial é fino, ténis é sapatilha
Bica é cimbalino, "chicla" é pastilha
Aloquete é cadeado, e capuz, carapuço
Estrugido é refugado, chapéu de chuva é chuço
Se trolha é pedreiro, bueiro é sarjeta
Sertã é frigideira e cabide é cruzeta
[Bridge: Ana Bacalhau, Cláudia Pascoal, Ana Bacalhau e Cláudia Pascoal]
Contigo o tão vira tom, contigo o são vira som
E depois bom vira "bão"
P'ra mim o V vira B, para ti "Lesboa" é com E
Oblá e então?
Ouve, não sou eu que falo torto, toda a gente me entende
Não é meu o defeito
S'eu falo à Porto é meu direito e se o teu ouvido é mouco
O meu sotaque é perfeito
Se digo "fala bem" é p'ra tu seres meiguinha
Como eu sou também, no meu jeito alfacinha
E quando eu digo "bem" eu 'tou-te a dizer para "bires"
E eu até te falo bem, só é pena não me ouvires
E quando eu digo "vem" eu 'tou-te a dizer para "vires"
E eu até te falo bem, só é pena não me ouvires
[Refrão: Ana Bacalhau e Cláudia Pascoal, Ana Bacalhau, Cláudia Pascoal]
Ah, e quê?
Ah, então?
Ah, o quê?
Que algo se perde na nossa tradução?
Ah, e quê?
Ah, então?
Ah, o quê?
Imperial é fino, imperial é fino
Imperial é fino, imperial é fino, fino, fino-
Ah, e quê?
Ah, então?
Ah, o quê?
Que algo se perde na nossa tradução?
Ah, e quê?
Ah, então?
Ah, o quê?