Violeiro e rouxinol
Conta a tradição
Só calam se por precisão
O versador diante do farol
Faz lembrar o girassol
E gira em torno da paixão
Versou um punhado
Entre um litro e um ponteio
De improviso e receio
Disse do azar já apontado
O mar já inundou esse sertão!
Foi, de poesia e dor
Zangarreia a avaria
Em alto, descreve seus talhões de canções
Santo, em vigília, traz ensolarados pecados
E no repente propõe desafio à prova de Deus
Sou o rei contumaz, atrás de acordo, atrás dos reis
Eu vou, mais seis, violar: da rês, do sol a pino, do luar
A luz recostada no colo da estrada
Vai passeira, dar sinal desse arrebol
Que entorna a alma
E cria
Como um rouxinol
Conta a tradição